terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

sermão

A DIFERENÇA DO CRISTÃO
Mateus 13.24-30; 36-43
24 Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O Reino dos céus é semelhante ao homem que semeia boa semente no seu campo; 25 mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou o joio no meio do trigo, e retirou-se. 26 E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio. 27 E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu no teu campo boa semente? Por que tem, então, joio? 28 E ele lhes disse: Um inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres, pois, que vamos arrancá-lo? 29 Porém ele lhes disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele. 30 Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: colhei primeiro o joio e atai-o em molhos para o queimar; mas o trigo, ajuntai-o no meu celeiro. 36 Então, tendo despedido a multidão, foi Jesus para casa. E chegaram ao pé dele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo. 37 E ele, respondendo, disse-lhes: O que semeia a boa semente é o Filho do Homem, 38 o campo é o mundo, a boa semente são os filhos do Reino, e o joio são os filhos do Maligno. 39 O inimigo que o semeou é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos. 40 Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo. 41 Mandará o Filho do Homem os seus anjos, e eles colherão do seu Reino tudo o que causa escândalo e os que cometem iniquidade. 42 E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali, haverá pranto e ranger de dentes. 43 Então, os justos resplandecerão como o sol, no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça.
INTRODUÇÃO
Mateus 13.24-30; 36-43

Quando Jesus apareceu pregando e ensinando a respeito do reino, valeu-se de parábolas com o objetivo de esclarecer as verdades que o formalismo de então havia encoberto. Nestas parábolas estão contidos os mais importantes ensinos concernentes à vida cristã.
Destacaremos algumas verdades que cremos ser de grande valor para o nosso crescimento espiritual:
I – A ORIGEM DAS MISTURAS
O papel do adversário é lutar contra a obra de Deus, fazendo oposição. É assim que o diabo, "o inimigo", é identificado na parábola (v 39). O texto deixa clara a sua existência e que ele não mede esforços para alcançar o seu objetivo.
De acordo com o texto, podemos entender como o "inimigo" semeia suas "ervas daninhas" no seio da Igreja:
1. Aproveitando-se da sonolência dos ministros de Deus - Aproveitar as oportunidades é uma demonstração de quem leva a sério o alcance de suas metas. Diante disso, é bom frisar que, no momento em que os homens dormiam, ele se valeu da oportunidade e atacou.
Infelizmente são muitos os que dormem o sono da negligência e da displicência espiritual. Os ministros que deveriam vigiar em oração a propriedade de Deus e zelar dela aplicando os ensinos da Palavra estão sonolentos, envolvidos em muitas ideologias. Esqueceram-se da advertência de que devemos vigiar e orar, pois o nosso "adversário, o diabo, anda em derredor, rugindo como leão buscando a quem possa tragar" (1Pd 5.8).
2. Lançando seus ataques oportunistas - O papel do adversário é o de minar a estrutura da Igreja, por isso espalha nos corações usura, inveja, heresias, orgulho, impiedade, falsidade, adultério e outros tipos de males. Veja o caso de Ananias e Safira. Eram cristãos e tinham toda a liberdade de ofertar, desde que fosse com um coração sincero e alegre. No entanto, como diz as escrituras, Satanás encheu seus corações de falsidade, avareza e destemor ao ponto de mentirem para Deus (At 5).
O diabo não enfrenta os cristãos de frente, mas sempre pela retaguarda. Procura sempre oportunidades e, no menor vacilo, ataca, fere e mata (Jo 10.10).
3. Usando a sua sutileza em semear e retirar-se – Quem já presenciou o ataque de uma serpente, pôde perceber duas coisas: Primeiro, a rapidez do ataque; segundo, a estratégia. A víbora não tem interesse em segurar a vítima, ela injeta o seu veneno e volta ao seu esconderijo, aguardando o efeito mortífero do veneno atuar na presa.
O diabo é chamado de "antiga serpente" (Ap 12.9), provavelmente pelas características semelhantes à da cobra venenosa. No texto vemos que o maligno semeou o joio e "retirou-se". Depois do ato perverso, ele se esconderá aguardando o veneno fazer seu efeito. A sua "ausência" dificultará a identificação do mal no seio da Igreja.
II – A DIFERENÇA IDENTIFICADA
Na apresentação do reino, o texto nos revela uma realidade: o bem e o mal coexistem. Podemos entender melhor observando o seguinte>
1. O trigo e o joio estão plantados no mesmo campo"O campo é o mundo, a boa semente são os filhos do Reino, e o joio são os filhos do Maligno" (v 38). Quando o Senhor orou pelos santos, Ele disse: "Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal" (Jo 17.15). Os filhos do reino estão juntos com os filhos do maligno, não para serem influenciados, mas para influenciar por meio de suas vidas e pela pregação do evangelho, que é o poder de Deus para salvar e transformar o homem.
Não podemos ignorar a presença do joio e do trigo no mesmo terreno trabalhado pelo lavrador, isso nos leva a admitir a coexistência de filhos do reino e filhos das trevas na mesma congregação dos santos, e que somente no dia da colheita (arrebatamento) serão de fato distinguidos.
Hoje, com as formas variadas de culto e louvor, ficou ainda mais difícil distinguir entre um cristão e o não cristão. Por vezes chegamos a confundir trigo com joio e vice-versa.
2. O trigo e o joio são aparentemente iguais - Era comum semear joio na plantação de trigo alheio com o propósito de vingança. O joio só pode ser notado quando o trigo cresce e frutifica. Os falsos cristãos só podem ser identificados quando confrontados com os verdadeiros. Paulo chega a afirmar: "E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós" (1Co 11.19).
Assim somos nós: reunimos características comuns, porém, temos uma coisa que faz distinção entre o santo e o profano, as atitudes do nosso coração visto que são elas que dizem o que realmente somos. De acordo com o Senhor, cada árvore é conhecida pelo seu fruto (Lc 6.44a).
Os "filhos do maligno", representado pelo "joio", promovem contendas, murmurações e cismas na igreja, mas são tão íntimos dos "filhos do Reino", que é praticamente impossível arrancá-los sem prejudicar os inocentes (v 29).
III – A SEPARAÇÃO FINAL
Muitas vezes ouvimos questionamentos acerca de tanta injustiça e impiedade que reinam no mundo. No entanto, o mal não reinará eternamente, pois será exterminado definitivamente. Assim também será com os que praticam a iniqüidade, serão separados para a vergonha eterna, enquanto os que praticam a justiça herdarão o reino. E isto se dará na seguinte circunstância:
1. No tempo da ceifa (v 39) - Muitas vezes queremos efetuar, por nós mesmos, o juízo final, fazendo acepção de pessoas, excluindo-as do nosso convívio e até mesmo taxando-as de joio. Queremos ceifá-las antes do tempo.
De acordo com o texto, os servos quiseram arrancar a erva que crescia junto ao trigo, mas o Senhor do campo não permitiu. A razão para tal atitude é a de preservar o trigo que provavelmente seria prejudicado, por isso o Senhor deixou tudo para o momento da ceifa. Portanto, "Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo. Mandará o Filho do Homem os seus anjos, e eles colherão do seu Reino tudo o que causa escândalo e os que cometem iniquidade" (Mt 13.40,41).
2. Na eternidade – Por fim, o joio encontrará o seu lugar definitivo. Os crentes de má qualidade não ficarão impunes para sempre. "Pelo que os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos" (Sl 1.5).
O papel dos filhos de Deus é dar bons frutos e os do maligno é dar frutos maus. Por isso se diz: "Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se" (Ap 22.11). "Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio, entre o que serve a Deus e o que o não o serve" (Ml 3.18).
Na eternidade, os crentes desobedientes não poderão permanecer escondidos no meio da congregação dos santos e cada um terá o seu destino. Quanto ao "joio": "E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali, haverá pranto e ranger de dentes" (Mt 13.42), mas o "trigo": "Então, os justos resplandecerão como o sol, no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça" (Mt 13.43).
CONCLUSÃO
As verdades ensinadas pelo Senhor Jesus Cristo através das parábolas não têm como objetivo apenas o acréscimo de conhecimento; visam, sobretudo, despertar a consciência daqueles que ambicionam herdar o reino de Deus.
O cristão tem papel importante como luz do mundo. Deve, portanto, fazer a diferença pelas suas obras e conduta cristã, em contraposição ao "joio" que o inimigo semeou.

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